RANCHO FOLCLÓRICO 

O Rancho Folclórico da Casa do Povo de Cepães e Fareja, foi fundado no dia 10 de junho de 1982 como Rancho Infantil da Gaia, tendo-se este constituído legalmente por outorga da escritura pública realizada no dia 10 de Março de 1989, e teve como outorgantes os Senhores Agostinho Castro Freitas, natural da freguesia de Arões (S. Romão) - Fafe; Francisco Óscar Martins Graça Almeida, natural da freguesia de Cepães; e Fernando de Magalhães Fernandes, natural da freguesia de Jugueiros - Felgueiras, todos residentes no lugar da Gaia da freguesia de Cepães. 

A 7 de Setembro de 1990, após o interesse revelado entre as direções do Rancho Infantil da Gaia e da Casa do Povo de Cepães,decidiram integrar o Rancho Infantil da Gaia na Casa do Povo de Cepães para, no ano seguinte, passar então a designar-se por Rancho Folclórico da Casa do Povo de Cepães, mantendo-se ainda durante alguns anos sob orientação dos então responsáveis do Rancho Infantil da Gaia,dos quais, o Senhor Agostinho Castro Freitas, que se manteve como seu ensaiador,  e os Senhores José Martins Castro e António Castro.

Desde sempre, os seus principais objetivos foram, não só a recolha etnográfica da freguesia de Cepães e da região minhota, como também, a divulgação e a preservação das danças, cantares, das músicas e dos trajes.

O Rancho Folclórico da Casa do Povo de Cepães foi constituído por pessoas apaixonadas pelas tradições populares, das quais o folclore e a etnografia, bem como pelo respeito das práticas, dos usos e costumes ancestrais praticados na freguesia e pela sua divulgação.

O depoimento de pessoas idosas e as diversas pesquisas e recolhas de informação levou a que mais tarde houvesse uma efetivação da apresentação em palco de todo este trabalho que colmatou com diversas atuações de bom nível por parte do grupo folclórico.

Interessados em fazer reviver os tempos em que a agricultura preponderava como a principal atividade económica na região, este grupo folclórico procura conservar esses princípios, mantendo-se na defesa e na difusão desses que foram os usos e costumes dos nossos antepassados, que queremos recordar através da sua divulgação, e para que eles possam ser um meio importante e promotor da preservação do património cultural imaterial e histórico da nossa terra.

Este grupo sempre teve uma forte progressão artística e tem participado, ao longo dos anos e desde a sua fundação até aos dias de hoje, em diversos festivais de folclore, convívios, festas e romarias das mais diversas.

É constituído essencialmente por jovens, mas também o integram pessoas de várias faixas etárias e muitas delas são originárias das freguesias do concelho de Fafe e dos concelhos vizinhos, o que muito nos apraz, porque se integraram facilmente neste grupo, mostrando por si só a força na continuidade desta geração em mostrar as mais genuínas tradições minhotas às futuras gerações.

 

Do reportório do Rancho folclórico fazem parte, entre outras, as seguintes cantigas e danças:

O Vira de Cepães, Viva Cepães, O Vira do meio, A Chula, A Vareira das palmas, O Malhão, O Verdegar, A Ritinha, O Velho, O Ramalhinho, A Carolina, Meu amorzinho, Margarida moleira, A Fita, O Regadinho, A Cana verde.

 

O suporte musical é composto por uma tocata onde não faltam as tradicionais violas braguesas, o violão, os cavaquinhos, o tambor, os ferrinhos, o reco-reco, as concertinas, as castanholas e a pandeireta. A estúrdia formava-se ocasionalmente e era normal ver-se a caminho de romarias, das festas, das vindimas, das desfolhadas, ou de outro tipo de trabalhos rurais coletivos.

O Rancho folclórico apresenta-se trajado à moda camponesa dos séculos XIX e XX, caraterizando o território do Baixo Minho. Elas e eles vestem trajes de trabalho, de lavradeira, de festa, de domingueiro, de noivos, entre outros. Nas mulheres: uma camisa de linho, colete, saia preta de baetilha ou cetim bordada, avental, umas chinelas pretas e meias brancas rendadas. Nos homens: uma camisa branca bordada, um colete, uma calça preta, uma faixa, umas botas de pele e um chapéu.

Pretendemos não só continuar na procura de documentação exaustiva dos trajes, instrumentos musicais, danças e cantigas, como também na promoção de ações no sentido de sensibilizar os jovens, e a comunidade em geral, para a preservação dos valores da cultura popular então vivida e materializada pelos nossos ascendentes e, ao mesmo tempo pretendemos, nomeadamente, com este pequeno gesto, homenageá-los.

 

Texto alterado em 07-09-2016, por Manuel Cristóvão Ferreira Barbosa

Mestre em Planeamento e Gestão do Território pela Universidade do Minho.